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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Academia Aeronáutica de Évora despede últimos 12 funcionários e "fecha portas" em dezembro


A Academia Aeronáutica de Évora, propriedade de uma empresa canadiana, despediu os últimos 12 funcionários, com uma indemnização de 1,75 salários por ano de trabalho, e cessa oficialmente a atividade no início de dezembro, foi hoje revelado.


Os trabalhadores que restavam na escola, depois de outros 33 terem sido alvo de um despedimento coletivo no início deste ano, "foram todos mandados embora", após uma reunião na última quinta-feira, explicou Jorge Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA).
O dirigente adiantou hoje à agência Lusa que a Canadian Aviation Electronics (CAE), detentora da academia, acordou com os funcionários a atribuição de uma indemnização de "1,75 salários por cada ano de trabalho".
Neste momento, e desde quinta-feira passada, contou, a escola "já não tem atividade", mas o fecho oficial só vai acontecer a 05 de dezembro, data em que "todo o processo de fecho de contas deverá estar terminado".
A empresa, segundo o sindicalista, justificou o fecho da escola de formação de pilotos de linha aérea, instalada em Évora há 11 anos, com a diminuição de alunos e a abertura de uma nova academia em Inglaterra.
"Abriu uma escola em Oxford, desviou para aí a atividade, fez grandes investimentos e, objetivamente, não justificava a escola [de Évora] ficar a funcionar", relatou.
Jorge Lopes lamentou a decisão e alertou que a CAE vai encontrar diferentes condições de funcionamento em Inglaterra.
"Aqui têm a possibilidade de voar quase todo o ano, devido ao clima, fazer aterragens sem instrumentação, à vista, e em Inglaterra não terão estas condições", além de que o espaço aéreo no Alentejo "é amplo, sem grandes interferências", o que não se verifica em Oxford, comparou.
Contactado pela Lusa, o presidente do município de Évora, José Ernesto Oliveira, também lamentou o fim da escola pertencente à Global Academy da CAE, o maior grupo mundial de formação de pilotos de linha aérea.
"É uma decisão que lamentamos, mas temos que dar sequência às responsabilidades que a CAE tem para com a câmara", disse, lembrando que o edifício da academia é da empresa canadiana, mas está implantado sobre terrenos municipais.
Como tal, a CAE "tem responsabilidades que devem continuar a ser cumpridas, nomeadamente o pagamento de uma renda mensal", que o município "vai continuar a exigir", embora esteja a envidar esforços para encontrar outros investidores.
"A câmara está a fazer tudo o que é possível para tentar encontrar um sucessor que assegure a manutenção e a continuidade das atividades da escola. Felizmente, temos até mais do que um interessado", disse, embora sem revelar mais pormenores.
A Academia Aeronáutica de Évora, instalada no Aeródromo Municipal e constituída em 1999, resultou de uma parceria entre a escola de pilotos holandesa Nationale Luchvaart School (NLS), da CAE e a TAP, tendo 2001 sido o primeiro ano de atividade aeronáutica.


Fonte: RTP Notícias

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