Menu

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Você sabia?

Uma terra de oportunidades

Número de helicópteros no Brasil quase dobrou nos últimos 10 anos. Com queda de outros mercados, os grandes fabricantes têm visto por aqui uma ótima chance de aumentar as vendas.

“O mercado brasileiro de helicópteros está atraindo cada vez mais a atenção dos grandes fabricantes. Em um período de crise na Europa e nos Estados Unidos, as empresas estão se voltando para mercados emergentes. Nesse sentido, o Brasil é um dos grandes players.

De acordo com dados da Anac – Agência Nacional de Aviação Civil –, em dez anos a frota de asas rotativas do país saltou de 897 unidades (2001) para 1 518 (2010). Um crescimento bastante expressivo. Há tempos São Paulo já tem a segunda maior frota desses aparelhos do mundo, atrás apenas de Nova York. Até o final do ano passado, o Estado paulistano como um todo detinha 593 helicópteros.

Atualmente, o único fabricante desses aparelhos na América Latina é a Helibras, subsidiária da francesa Eurocopter. Sediada em Itajubá, Minas Gerais, a empresa brasileira está construindo um novo hangar, onde será fabricado e revisado a partir de 2012 o helicóptero militar EC725 para as Forças Armadas e sua versão civil, o EC225. No aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, a Helibras possui uma unidade própria, onde oferece os serviços leves de manutenção.
 
Em 2011, a Eurocopter comemora 35 anos de operação do Esquilo no mundo, o modelo mais vendido no Brasil, e a sua subsidiária no Brasil. A Helibras, inclusive, aproveitou a última Labace – Latin American Business Aviation Conference and Exhibition – para entregar uma aeronave desse modelo para a Helimarte Táxi Aéreo, o sétimo da empresa paulista, e outra para a Umuarama Agropecuária, de Goiás. Durante o evento, Eduardo
Marson, presidente da Helibras, assinou um contrato de venda de três helicópteros da família Esquilo para a Helisul, que passará a ter 20 aeronaves desse modelo.
 

Em média, são fabricadas anualmente no Brasil 36 unidades do Esquilo. Além desse, os modelos mais vendidos no Brasil pela Helibras são o EC130B4, EC135 e EC145. Hoje, a empresa tem mais de 50% de participação entre os modelos a turbina que voam no país. Ao todo, a Eurocopter já comercializou quase 5 000 aeronaves Esquilo em 90 países, que operam os helicópteros em diversos segmentos, desde o executivo até o militar. A frota mundial desse helicóptero ultrapassa a marca de 22 milhões de horas voadas.

No mês passado, a italiana AgustaWestland assumiu a comercialização de seus aparelhos no Brasil, encerrando o acordo de exclusividade que tinha com o Grupo Sinergy. Em agosto, a empresa participou pela primeira vez da Labace com estande próprio, expondo um AW119 MKII Koala, um A109 Power e dois Grand New. Nos últimos seis anos, a frota de helicópteros da empresa no Brasil praticamente dobrou.

Segundo Fabrizio Romano, diretor comercial da AgustaWestland para o Brasil, 20 AW109SP Grand New foram vendidos para clientes brasileiros, sendo oito já entregues ao ritmo de um por mês. “No Brasil, vendem bem os modelos Koala, Power e AW139, este dedicado ao mercado de óleo e gás. Só neste ano, mais de 15 aeronaves foram vendidas para o mercado corporativo e cinco para o offshore”, comemora o executivo.
Entre as novidades do grupo estão os modelos AW169 e AW189. O primeiro pesará até 4,5 toneladas e está sendo projetado para competir com os EC145 e EC155 da Eurocopter. “Mais de 30 unidades do AW169 já foram vendidas em quatro meses, sendo três para clientes brasileiros. Isso mostra a importância do Brasil para a empresa”, afirma Fabrizio. O modelo será homologado em 2014. Já o AW189 poderá transportar entre 6 e 8 passageiros, será certificado em 2013 e deve ser muito utilizado no mercado offshore.
 

Romano conta ainda que a empresa está se esforçando para oferecer um serviço de manutenção cada vez melhor e abrangente. “Recentemente, certificamos o Helipark como centro de serviço e, em breve, serão homologadas a base de Congonhas da Líder Aviação e a Helisul, em Curitiba. Também teremos outros centros em Buenos Aires, na Argentina, Bogotá, na Colômbia, e Santiago, no Chile”, revela.
A norte-americana Bell, representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva desde 2004, entregou este ano as primeiras unidades do modelo 429 para clientes brasileiros. “O Bell 429 já é uma realidade. Há quatro aeronaves voando no Brasil e vem mais ainda em 2011 e muitas outras no ano que vem”, diz Leonardo Fiúza, diretor comercial da TAM Aviação Executiva. Segundo ele, entre os monoturbinas, o 407 continua sendo o mais procurado da linha Bell, e o 429 lidera entre os biturbinas.
O Bell 407 teve uma nova versão lançada no início do ano, chamada 407GX, o primeiro do mundo com painel digital. Pode transportar até sete ocupantes, tem alcance de 600 km e velocidade de 230 km/h. No Brasil, é muito utilizado no mercado executivo. No entanto, também pode ser configurado para missões de busca e salvamento e offshore. O primeiro Bell 407GX chegará ao Brasil no último trimestre.

O Bell 429 é umbiturbina projetada para ser operada por apenas um piloto e tem capacidade para receber sete passageiros. Possui uma ampla cabine, consegue atingir a velocidade de 285 km/h, além de desempenhar um grande número de missões. Cada modelo custa US$ 6,3 milhões, sem os impostos.
A também norte-americana Robinson ganhou ainda mais destaque com o lançamento do modelo R66, equipado com uma turbina Rolls-Royce RR300, versão modernizada do motor RR250, e tem capacidade para cinco pessoas, uma a mais do que o R44, aeronave que deu origem ao R66. Outro diferencial é o bagageiro localizado abaixo da turbina, oferecido pelo fato de o motor ser menor do que o do R44.

Durante a Labace, os estandes dos dois revendedores brasileiros da marca, a paulistana Audi e a ribeirão-pretana Power, receberam proprietários de helicópteros da linha Robinson e futuros clientes, que aproveitaram o evento para conhecer o novo modelo. “Já temos 60 aeronaves vendidas com três meses dela operando por aqui, e o tempo de espera do R66 é de um ano e meio. Trouxemos o primeiro R66 ao Brasil em abril, saímos na frente da concorrência e, neste ano, comercializamos 20 R44 e 60 R66”, comemora Alexandre Lomonaco, diretor comercial da Power Helicópteros.
 
Depois de alguns anos, outra fabricante norte-americana, a Enstrom, voltou a ter um representante no país. A Aerolink, sediada em São José dos Campos, interior de São Paulo, deve fechar seu plano de negócios nos próximos meses. Os modelos comercializados no país serão o monoturbina 480B e os modelos a pistão 280F e 280FX. “Estamos trabalhando para ter nosso próprio espaço para manutenção no Brasil”, diz Carlos Aquino, diretor comercial da Aerolink. Descontados os impostos, o 480B está sendo negociado por US$ 1,06 milhão. O 280FX pode ser adquirido por US$ 470 000, sem os impostos. Segundo dados da Anac, há apenas dois helicópteros da Enstrom voando no Brasil, ambos do modelo 280FX.
“Os operadores parapúblicos estão sentindo a necessidade de helicópteros biturbina e IFR, abrindo um mercado potencial para aeronaves da classe do S-76 e do Black Hawk”, afirma Marcos de Souza Dantas, diretor-gerente da Powerpack, representante da Sikorsky no Brasil.
Os helicópteros norte-americanos estão presentes no Brasil nos mercados executivo, offshore e militar. Entre os modelos civis, os mais procurados pelos clientes brasileiros são os S-76 e S-92. Já no mercado militar, a empresa tem negociado o Black Hawk com as Forças Armadas.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário